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Tensão marca véspera de venda das usinas de João Lyra em Minas Gerais.

Administração Judicial combate ações criminosas para manter leilão de patrimônio e garantir as indenizações dos trabalhadores

Desde que foi anunciado para o dia 15 de setembro o leilão das usinas mineiras Triálcool e Vale do Paranaíba, pertencentes à Massa Falida do Grupo João Lyra, duas ações criminosas ocorreram. A primeira foi um incêndio sem grandes danos na Usina Vale do Paranaíba, em Capinópolis, no meio de agosto; e na semana passada foi a vez de uma invasão nas terras da Usina Triálcool, em Canápolis, pelo MST e outros movimentos sem-terra, que forma a União Nacional de Luta Camponesa (UNLC).

O administrador judicial da Massa Falida do Grupo João Lyra, João Daniel Marques Fernandes, foi à Minas Gerais intervir na invasão da Usina Triálcool. “Encontramos uma situação caótica, beirando à agressividade. Mas com a ajuda de representantes da sociedade civil organizada e da Polícia Militar de Minas Gerais, comandada pelo tenente Alexandre, do Batalhão de Canápolis, conseguimos liberar os funcionários feitos reféns, evitar a invasão e depredação do parque industrial”, relatou o administrador, que registrou boletim de ocorrência.

João Daniel Marques Fernandes contou à reportagem que cerca de 100 integrantes dos movimentos sem-terra deixaram a usina e se deslocaram para a Fazenda Germina, também do grupo e que já havia sido invadida e depredada no dia 31 de julho.

Um dos líderes do movimento, Erivaldo Miguel, o Neguinho, explicou que os trabalhadores sem-terra querem a desapropriação do terreno da Usina. “As terras estão improdutivas. Nosso movimento tem o direito de reivindicar reforma agrária para gerar a economia inclusiva”, afirmou.

Explicação Judicial

Para o administrador judicial, não há como reivindicar a desapropriação, porque os terrenos pertencem a milhares de trabalhadores da hoje Massa Falida do Grupo João Lyra. “Somos administradores da Massa Falida e no dia 15 de setembro vamos vender em hasta pública as duas usinas do grupo que se localizam em Minas Gerais. Com a arrecadação, vamos pagar indenizações de trabalhadores acidentados, aposentados e de milhares de trabalhadores que esperam há anos por justiça. Então, não há como fazer justiça com uns para cometer injustiça com outros”, detalhou João Daniel Fernandes.

Em Alagoas, durante a crise, o gestor judicial da Massa, Henrique Cunha, comandou o jurídico para que houvesse uma reação em tempo real que embasasse as atitudes tomadas em Minas Gerais.

Denúncia

A reportagem também apurou com os trabalhadores sem-terra que a invasão faz parte de uma série de ações que serão promovidas pelos grupos nos meses de agosto e setembro. “Nós conversamos com o deputado federal Tenente Lúcio (PSB-MG) e fomos orientados a ocupar as fazendas que não estão produzindo como devia. Vamos em busca de nossos direitos”, disse Pedro Dantas, um dos coordenadores dos movimentos.

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